Mergulhe nos destroços do Titanic: Uma viagem incrível com riscos elevados

Naufrágio do TItanic

Embora o desastre do submarino Ocean’s Gate em 2023 no local do naufrágio do Titanic seja uma notícia trágica, não é o primeiro acidente que ocorre neste local de mergulho traiçoeiro. Três outros submarinos já se depararam com problemas de segurança – e os destroços do Titanic só foram vistos por 250 pessoas, devido aos perigos envolvidos no perigoso mergulho de 3.700 metros!

Os restos mortais do Titanic foram encontrados pela primeira vez há apenas 23 anos, em 1985, mas o seu local de descanso final continua a ser um local cheio de mistérios e intrigas. Localizado no fundo do Oceano Atlântico, este naufrágio incrivelmente significativo do ponto de vista histórico suscita uma série de emoções – sobretudo porque foi originalmente anunciado como o “navio inafundável”. Inicialmente, o Titanic era uma maravilha da engenharia humana, mas depois de colidir com um icebergue a 15 de abril de 1912, o transatlântico recordista afundou-se na sua viagem inaugural, resultando numa enorme perda de vidas.

A viagem até aos destroços do navio é extremamente perigosa, mas para os poucos que a fizeram, foi muito gratificante, dando aos exploradores acesso em primeira mão aos restos de um dos momentos mais icónicos e trágicos da história. O Titanic está também a desintegrar-se lentamente, o que significa que o tempo para o explorar está a esgotar-se – mas dados os muitos desafios envolvidos, o acesso ao local é quase impossível.

Descer até lá é extremamente caro, mas felizmente, os submersíveis iluminados e os veículos operados remotamente tornaram os restos mortais mais exploráveis, dando ao resto de nós algumas fotografias e fotografias impressionantes. O mergulho no Titanic não é recomendado, uma vez que requer um elevado nível de perícia técnica, bem como equipamento robusto concebido para enfrentar as condições extremas, particularmente porque o navio está situado a cerca de 12.500 pés abaixo do Oceano Atlântico.

Quem quiser explorar o naufrágio terá de enfrentar inúmeros desafios, incluindo a visibilidade limitada, que dificulta a visão e a navegação e pode causar desorientação. O Titanic está situado na chamada “zona da meia-noite” – o que significa que o oceano que o rodeia é negro como breu – porque a luz do sol é absorvida rapidamente pela água e não é visível para além de profundidades de cerca de 1.000 metros abaixo da superfície. Os mergulhadores relataram ter de descer durante duas horas na escuridão total antes de chegarem aos destroços!

Mesmo que ultrapasse este obstáculo, terá ainda de superar a imensa pressão, pois quanto mais fundo um objeto desce no oceano, maior é a pressão da água que o rodeia. O Titanic está 3.800 metros debaixo de água, pelo que a pressão à sua volta é quase 400 vezes superior à que existe à superfície.

Depois, há as baixas temperaturas – embora não seja gelada, a temperatura média da água do mar junto aos destroços é de 39 graus Fahrenheit, ou 3,8 graus Celsius. Quando o Titanic se afundou, a temperatura da água era ainda mais baixa, apenas 28F, ou -2,7 C, o que fez com que a hipotermia se instalasse rapidamente em muitos passageiros azarados.

As correntes submarinas podem colocar mais problemas aos exploradores do Titanic, especialmente porque parte dos destroços está localizada perto da fronteira ocidental. Esta é uma parte do fundo marinho do Atlântico que é afetada por uma corrente de água gelada que flui para sul, criando dunas de areia e ondulações que causam problemas de mapeamento e orientação.

Mergulhar no Titanic coloca-o frente a frente com o passado e inspira uma série de sentimentos, desde a reverência pelo número de vidas perdidas, até ao espanto pelo tamanho e escala do navio. O Titanic é um dos mergulhos mais perigosos que existem – mas se se tornar um dos poucos que lá conseguem descer, ver de perto a paisagem assombrosa, os objectos pessoais espalhados e os artefactos da tragédia será, sem dúvida, uma experiência única na vida.

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